quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Memórias de uma trajetória de luta e fortalecimento político

Memórias de uma trajetória de luta e fortalecimento político
 
Entre os anos de 1998 e 2010, o trabalhador rural, que hoje atua como 
deputado estadual, Manoel Santos, esteve à frente da presidência da 
Contag. Antes disso, o sindicalista dedicou anos a atuação na luta pela 
criação e a evolução política da Confederação. Nesta entrevista, ele 
resgata alguns momentos importantes da trajetória de milhares de homens 
e mulheres rurais, que por meio da Contag, se transformaram em 
conquistas que levaram cidadania e qualidade de vida ao campo.
 
A conjuntura política nacional sempre foi o cenário de atuação da 
Contag. Como o Senhor avalia a trajetória da Confederação diante das 
diversas mudanças ocorridas no Brasil?
 
A Contag teve uma participação importante nas negociações por direitos 
das mulheres e dos homens do campo, nos sucessivos governos que 
comandaram o nosso país. Um ano após o seu surgimento, em 1963, por 
exemplo, se instala a Ditadura Militar e a Confederação recém-criada, 
teve a sua direção destituída para que esta fosse comandada por um 
interventor, o José Rota. Nesse regime, seguimos até 1968, quando houve 
uma eleição, onde o sindicalista pernambucano, de Vicência, José 
Francisco, montou uma chapa e venceu as eleições com 6 votos contra 5 
conquistados pelo interventor. Dentre as instituições de representação 
do meio rural, no âmbito nacional, a Contag foi única a não ser extinta 
no período da Ditadura e, com isso, ela conseguiu ajudar muitas outras 
organizações e movimentos sociais que eram perseguidos a continuar 
atuando. Depois veio o processo de redemocratização, a luta pela 
Anistia, pelas Diretas Já e várias outras.
 
Quais as conquistas que o Senhor apontaria como exemplos da luta desta 
Confederação?
 
Foram muitas. Um exemplo clássico foi o fato de que, em 1994, ano da 
realização do primeiro Grito da Terra Brasil, nós conseguimos um 
investimento de R$ 200 milhões para a agricultura familiar, valor ainda 
pequeno se comparado à dimensão da agricultura familiar, mas 
significativo para a nossa luta, se considerarmos que a política do 
governo Fernando Henrique era do “Estado mínimo” . Este ano, 
conquistamos um investimento de R$ 18 bilhões. Historicamente, a Contag, 
por meio de uma luta incansável, levou à pauta federal demandas como a 
reforma agrária, assistência técnica para agricultura familiar, a 
educação voltada para a população rural e tantas outras temáticas 
invisíveis aos olhos do poder público.
 
Qual a mensagem o Senhor deixa em homenagem aos 50 anos da Contag?
 
Primeiro, foi uma grande honra ter feito parte da história da Contag. 
Segundo, no espaço do Legislativo, eu sigo defendendo e sou 
completamente comprometido com os princípios da Confederação. Diante 
disso, acho importante recomendar a essa instituição que fortaleça a 
luta pela ampliação de representantes verdadeiramente comprometidos com 
a luta sindical rural, nos espaços do Legislativo e Executivo, para que 
as chances das nossas propostas se concretizarem na forma de políticas 
públicas serem ainda maiores. Parabéns, Contag!

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